89 Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu. No Salmo 11.3 lemos:
Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo? As ideologias imorais têm buscado exatamente isso: destruir os fundamentos da vida, da família, da fé cristã, dos valores educacionais. Leia-se aqui Antonio Gramsci e seus seguidores! O que se passa hoje em nosso mundo é uma lenta e constante destruição de valores. O que era errado ontem, é certo hoje. O que era vergonhoso ontem, é arte hoje. O que era promíscuo ontem é liberdade hoje! O Salmista, aqui no Salmo 119, declara algo que temos que refletir e guardar no coração diariamente: Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra no céu. A palavra de Deus não é uma regra de religião e culto, mas ética e moral para o ser humano. Tudo o que está escrito nas Escrituras é para o nosso bem e para a edificação das gerações. Se esses valores forem desprezados, colheremos o pior possível, as maldições, as consequências terríveis da rebeldia. 90 A tua fidelidade estende-se de geração em geração; fundaste a terra, e ela permanece. 91 Conforme os teus juízos, assim tudo se mantém até hoje; porque ao teu dispor estão todas as coisas Esses três versos enfatizam exatamente o que precisamos no século 21: - A imutável Palavra de Deus; - A fidelidade do Senhor para com os seus seguidores e as gerações por vir; - A necessidade de obedecermos a Deus para uma vida em ordem. Medite nas verdades de Deus nas Escrituras Sagradas, siga ao Senhor Jesus, ame-o totalmente, e colha os frutos da verdade que liberta. Com amor Pr. Nasser Estamos chegando na metade do Salmo 119. Que maravilha ler cada verso e perceber o quanto Deus está cuidando de nós. e que não precisamos ter medo.
Vale lembrar algo maravilhoso que acontece com esse salmo. Veja a imagem acima e perceba (lendo da direita para a esquerda), que cada um dos versos de 81 a 88 começa com a mesma letra do alfabeto Hebraico. Assim é o Salmo inteiro, sempre em blocos de letras do alfabeto. A letra deste grupo de versos é a Kaph e pictograficamente é representada pela "palma da mão". Daí vários significados mnemônicos: - Sola do pé, dobrar, curvar (a forma da palma aberta), tigela, ramo da palmeira (a palma em curva), domar, subjugar - flexionar a vontade. Olhe agora para a sua mão e a mova de esticada a curvada. Veja a "tigela" que forma, o cuidado quando você segura um pouco de água ou quando quer proteger algo precioso. Assim é a palavra kaph aqui nesse grupo de versos. Leia: 81 Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; porém espero na tua palavra. 82 Esmorecem os meus olhos de tanto esperar por tua promessa, enquanto digo: quando me haverás de consolar? 83 Já me assemelho a um odre na fumaça; contudo, não me esqueço dos teus decretos. 84 Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem? 85 Para mim abriram covas os soberbos, que não andam consoante a tua lei. 86 São verdadeiros todos os teus mandamentos; eles me perseguem injustamente; ajuda-me. 87 Quase deram cabo de mim, na terra; mas eu não deixo os teus preceitos. 88 Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e guardarei os testemunhos oriundos de tua boca. Em Português não vemos a letra Kaph iniciando cada verso, mas percebemos o seu significado nas palavras do salmista quando clama a Deus por proteção, salvação, consolo, segurança, etc. É como se ele dissesse: Deus, por favor, me coloque em uma de suas mãos e cubra-me com a outra! Uma figura maravilhosa, importante, necessária, porque fala ao meu e ao seu coração agora mesmo. A necessidade de ser "guardado" pelo Senhor diante da perseguição. Com amor Pr. Nasser Envergonhados sejam os soberbos por me haverem oprimido injustamente; eu, porém, meditarei nos teus preceitos. Voltem-se para mim os que te temem e os que conhecem os teus testemunhos. Seja o meu coração irrepreensível nos teus decretos, para que eu não seja envergonhado. Uma das declarações bíblicas que atacam os soberbos é essa: Tiago 4.6
"Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes". No salmo 119.78 a palavra hebraica para soberba é ZED. A raiz tem o significado tanto de presunção quanto de uma "sopa fervente". Eu gosto demais dessas figuras apresentadas pelo Hebraico, porque uma sopa que ferve dá a idéia de como a soberba é visível, destruidora, presunçosa. O caminho para que estejamos protegidos contra a soberba é, nesse Salmo, apresentada no verso 80: "Seja o meu coração irrepreensível nos teus decretos, para que eu não seja envergonhado". Por "irrepreensível" compreende-se o ser "inteiro". Isso significa que o pecado da soberba deixa buracos na alma. O ser inteiro, pleno, reto, é ser uma pessoa que trata com os seus erros de forma séria e comprometida com Deus, em arrependimento e mudança de vida. Ser irrepreensível não é ser perfeito. Ser irrepreensível é ser uma pessoa que não pode ser repreendida porque foi perdoada ao pedir perdão a Deus e mudar de atitude. O caminho para não ser envergonhado na vida, é ser irrepreensível diante de Deus (por seu relacionamento com Jesus Cristo e sua expiação de pecados) e diante das pessoas. Veja que entre o verso 78 e o 80 há um conteúdo maravilhoso para nos livrar da soberba: "Voltem-se para mim os que te temem e os que conhecem os teus testemunhos". O temor do Senhor nos leva à humildade, ao coração que conhece a Palavra de Deus e nela descansa. Quem não teme a Deus vive de si para si, só maquinando benefícios pessoais. O salmista busca a Deus, se esconde nEle e medita nas Escrituras, para poder suportar aos ataques dos presunçosos, que se levantam como donos da verdade, como sábios em tudo e que destróem tudo o que aparece em seu caminho. O exemplo de Jesus Cristo, nosso Senhor, precisa ser seguido constantemente: Mateus 11.29 "Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma". (grifos meus) Que seja assim Pr. Nasser Salmos 119.75-77 Confiança em Deus é um mistério para que não a experimenta no dia a dia. O salmista sabe que a aflição pela qual passou é fruto de um trabalho de Deus em sua vida. Ele diz que recebeu essa dor com a certeza de que o Senhor o amparou com a Sua fidelidade. É a gratidão de um filho que com lágrimas nos olhos agradece aos seus pais por o terem repreendido. Parece incoerência ou medo, mas na verdade é a segurança de um relacionamento firmado pelo amor imutável e infinito.
Todos passamos por dores, por sofrimentos variados. Todos enfrentamos dificuldades em relacionamentos e traições de amizade e companheirismo. Mas aquele que confia que Deus o está sustentado, passa pelas lutas com a certeza de que há consolo e graça, força e vitória. Não vencemos apenas quando levantamos os braços em declaração de que o oponente foi vencido, mas também quando, machucados, olhamos para o Senhor e nos alegramos porque Ele está ali, pertinho, segurando nossos braços cansados e enxugando as nossas lágrimas quentes que descem pela face. Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos - é a confiança de que Deus julga retamente. Ainda que sejamos injustamente tratados neste mundo, Deus irá julgar a todos, com justiça e fidelidade. Venha, pois, a tua bondade consolar-me, segundo a palavra que deste ao teu servo - A palavra de Deus tem poder de cura, de vida, de criação. Ele disse e o mundo foi feito. Ele continua a falar e nossa vida é transformada. Baixem sobre mim as tuas misericórdias, para que eu viva; pois na tua lei está o meu prazer - o que promove os fundamentos da nossa vida é a Palavra de Deus. Uma vez que ela esteja como centro de princípios para as nossas decisões, estaremos firmados, estabelecidos. Seja assim sobre nós, Senhor. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:74 John Donne foi um poeta e clérigo da Igreja da Inglaterra no Sec. 17. Um de seus trabalhos publicados enquanto ele viveu (1624) foi "Devotions upon Emergent Occasions, and several steps in my sickness", onde se lê:
"Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti". John Donne, doente, meditava sobre o sofrimento e a morte. Suas palavras ficaram famosas e foram usadas por outros autores, como as frases: Nenhum homem é uma ilha, e Por quem os sinos dobram. A beleza desses versos é que nos remete não apenas ao significado da vida humana, mas de suas relações interpessoais. Ninguém vive só e nem morre só. Há uma interação real e poderosa entre a humanidade que nos livra de vivermos de forma independente e solitária. Precisamos uns dos outros, influenciamos uns aos outros, e o que nos sucede afeta a todos. Viver com esse pensamento nos faz meditar no salmo 119.74: Alegraram-se os que te temem quando me viram, porque na tua palavra tenho esperado. O salmista sabe que a sua vida interage positivamente com os que estão ao seu redor, de modo a alterar as emoções dos que também temem a Deus. Sua fé e esperança no Senhor e em Sua Palavra, trazem alegria. Duas vertentes me chamam a atenção: 1. As reações dos que temem ao Senhor 2. As reações dos que não temem ao Senhor (por inferência). Quem ama a Deus e nele deposita a sua fé, se alegra com o testemunho de sua família espiritual. Há uma interação imediata, uma reação que só a fé explica. No entanto, isso não tem sido verdade entre os que não temem a Deus, que não creem no Senhor. Há uma espécie de incômodo gerado pela vida de fé, de bom testemunho, de alegria diante do sofrimento, que os cristãos produzem no mundo. Daí as perseguições e ameaças com reações diversas em intensidade. A verdade é que se as reações são positivas ou não, a vida de temor a Deus e de obediência à Sua Palavra é sempre positiva e gera frutos perpétuos. Quem espera no Senhor pode até ser martirizado pela incoerência e maldade dos outros, mas o seu legado viajará pelas gerações. Pode o sofrimento acontecer de modo leve ou não, mas o testemunho de fé e amor atingirá corações abertos à verdade de Deus, e produzirão frutos reais e maravilhosos. Os sinos tocarão por todos nós. Eles anunciam que a morte não escolhe gente que teme a Deus ou que não O teme. Mas declaram também que nossa vida passará por um escaneamento profundo de pensamentos e atitudes, e o que o que será nela encontrada definirá nosso destino final. Não são as convicções declaradas que definirão o resultado do juízo final, mas a total entrega ou não a Deus, em Cristo, da vida e ações. Quando os sinos tocarem eles anunciarão a igualdade que permeia a humanidade, de que na morte somos iguais, mas que temer a Deus, nele confiar e para Ele viver, é o diferencial eterno. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:73 Ao lermos as palavras do Antigo Testamento não atentamos para significados ocultos, porque não conhecemos a língua Hebraica e nem a cultura que habita por detrás das letras.
O salmista fala de que Deus nos criou e nos estabeleceu. A palavra, aqui traduzida como "afeiçoaram" tem uma raiz muito interessante. Literalmente o significado é o de: ter algo firmado no lugar. As letras desta palavra, no Hebraico Antigo, em pictografias, nos levam a uma raiz de apenas duas letras: Uma é uma palma de mão. A outra é uma semente. A idéia, quando colocadas juntas, é que a semente se abrirá depois de germinar na terra e sairá formando um caule que é sustentado pela sua raiz. Daí a palavra "estabelecido, firme, firmado". Pense numa pequena árvore que vai crescer e se mostrar ao mundo. Ela só ficará em pé porque terá raizes fortes. Se não as tiver, então cairá, será derrubada pelos ventos e chuvas. Mas uma árvore frondosa que resiste a tantos embates do tempo, tem raízes que a sustentam. Voltemos para o verso acima: "As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que aprenda os teus mandamentos". Há uma via de mão dupla aqui: Deus nos fez e nos estabeleceu, nos sustenta, mas o faz também através dos seus mandamentos. Sem os mandamentos de Deus os seres humanos se perdem e são derrubados. Sem raiz profunda, a árvore não subsistirá. O que nos sustenta é a Palavra de Deus e não as nossas interpretações da vida. Somos quem somos por conta da nossa identidade criada por Deus. Afeiçoar é dar feição a; moldar. Assim Deus nos fez e nos molda a uma vida linda, determinada por Sua vontade eterna. Sem Deus agimos como perdidos buscando abrigo e direção. Com Deus e a Sua Palavra, temos um porto seguro, uma certeza, um descanso firme e estabelecido. Que Deus nos dê sabedoria Pr. Nasser Salmos 119.71,72 O que você aprendeu da última aflição que teve? Sim, porque aflição é algo que acontece com todos nós. Somos afligidos pela vida, pela sociedade, pela perda de foco, pela ignorância com que agem aqueles que andam longe da Palavra de Deus.
O que aprendemos mostra onde está o nosso tesouro. O salmista declara que o seu aprendizado gerou um confronto de valores: entre as riquezas e a lei de Deus. O que vale mais? Já vimos que a palavra "anah", traduzida aqui por "aflição" tem sua origem no sulco formado pelo olhar de um agricultor diante de um campo de plantação. O olhar focado que procura detalhes franze os olhos e gera esse sulco acima do nariz. O interessante é que a aflição faz a mesma coisa. Quando temos algo que nos afeta, mostramos na face, nos olhos, nos sulcos que formamos como uma reação ao sofrimento. Nesse verso 71 o salmista diz que foi bom ter sido afligido. Teve proveito a sua dificuldade: ele aprendeu os decretos de Deus. Mas e quando o sofrimento tem como resposta a reclamação e as blasfêmias? O que essa reação mostra ao mundo? Mostra que nossos valores estão longe dos reais valores inatingíveis pelos ataques do mundo. Novamente a pergunta: o que você aprendeu da última aflição pela qual passou? Valores são essenciais para a vida, porque eles é que irão definir nosso comportamento. Quando os valores encontram nossas atitudes, demonstramos integridade. E isso é o que vemos nesse salmo inteiro, e aqui nesses dois versos, bem salientado. A integridade do salmista aparece quando a aflição acontece. O que você aprendeu? Com amor Pr. Nasser Salmos 119.69,70 Dois corações diferentes são aqui descritos: o do adorador e o do orgulhoso.
O do orgulho é insensível e forja mentiras. Nada tem a ver com os preceitos e lei de Deus. O do adorador se compraz na lei de Deus e guarda os Seus preceitos. A diferença é total. Mas onde reside tamanha diferença? Segundo esses dois versos, o coração do orgulho é "taphash" como "cheleb" (palavras do Hebraico). Literalmente é "gordo" como "sebo ou gordura". Ora, o que essas palavras evocam em nossa imaginação? A de "escorregadio", com certeza. O coração do soberbo é escorregadio, cheio de escapatórias, sem caráter, sem escrúpulos, insensível. Esse é o coração do orgulhoso, do soberbo, daquele se se acha acima dos simples mortais. Já o coração do adorador é simples: refugia-se na Palavra de Deus e nela tem prazer. Essa figura é bem explorada em todo o salmo 119 e aqui não é diferente. O que o adorador, o seguidor de Jesus Cristo tem de diferente é que o seu coração foi resgatado por Cristo, foi transformado por um milagre acontecido na cruz e na ressurreição. Pessoas que não conhecem a Jesus Cristo discutem se a ressurreição aconteceu ou não, historicamente. Mas o que deveriam pensar é: por que milhões de pessoas ao redor do mundo afirmam que tiveram o seu coração (seu ser interior) transformado pelo poder de Deus? As evidências da ressurreição estão por toda a parte. A vitória de Jesus Cristo na cruz e vencendo a morte é a base de um novo coração, uma nova vida, uma pessoa que nasceu de novo. Nada a ver com o soberbo. Com amor de Jesus, o Cristo vivo Pr. Nasser Salmos 119.68 Marcos 10:17,18
E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus. O homem rico busca ajuda para aliviar suas culpas e dores desejando saber o que fazer para herdar a vida eterna. Assim muitos querem, também, saber qual é o segredo da felicidade eterna e qual caminho tomar para chegar lá. A resposta de Jesus é uma pergunta, em primeiro plano, que põe em xeque a compreensão daquele homem: - por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus. Deus é bom e faz o bem. Essa declaração do salmista é utilizada por Jesus, o Filho de Deus, o Deus encarnado, o Senhor e Salvador. O rico homem deveria conhecer a Deus e não buscar mais atividades religiosas. Não é o que fazer, mas a quem conhecer! A resposta do salmista à declaração que fez é uma só: porque Tu és bom, ensina-me os Teus estatutos. Quero aprender a agir em bondade e não buscar o meu próprio bem-estar. Quero aprender com o Senhor, no caminho da vida, e descobrir os valores que não são aqui da Terra. O homem rico, na sequência do texto, ao ser ensinado por Jesus a praticar os mandamentos, disse que agia assim desde a sua juventude. Sua compreensão da vida estava na prática dos mandamentos, mas... será que realmente os cumpria? Então, o Senhor Jesus o desafia: - E Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então, vem e segue-me. (Marcos 10:21) Aquele homem, assim como muitos hoje, estava longe da real compreensão sobre as questões espirituais: 1. Não conhecia ao BOM Deus, ainda que buscasse praticar os Seus mandamentos; 2. Não compreendia a razão dos mandamentos existirem, ou seja, a BONDADE de Deus. O salmista resume: Tu és bom e fazes o bem. O homem rico não compreendeu isso, por isso Jesus o AMOU, e o desafiou a dar o que tinha aos pobres. Ou seja, não há bondade sem Deus e não há Deus na vida, sem a prática da bondade. - Ensina-me os Teus decretos... Com amor Pr. Nasser Salmos 119:67 Imagine uma terra sendo preparada para a plantação. Os sulcos são abertos para receberem as sementes. O agricultor está em pé, olhando para os sulcos formados e também forma uma depressão entre os seus olhos por olhar atentamente.
A palavra "anah", traduzida aqui como "afligido", tem sua raiz nesse olhar do agricultor. Um olhar que procura saber se tudo está certo com a sua terra. Um olhar que cria um sulco entre os olhos. O salmista diz que essa aflição lhe trouxe uma grande benção: mas agora guardo a tua palavra. Antes andava errado, antes havia pecado em sua vida, mas agora há um novo caminho a ser percorrido. Entre ambas as situações, a aflição é que gerou a beleza de uma nova vida. Assim tem sido também para muita gente. Um sofrimento que traz arrependimento, gera uma vida nova. Uma dor que nos leva aos pés de Cristo, traz uma nova vida. A plantação acontecerá e a colheita será maravilhosa. Os sulcos são pressões, humilhações na vida, que geram uma necessidade de mudança. A mesma palavra é utilizada em Deuteronômio 8.3 e é traduzida por humilhar: "Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem". Essa humilhação trouxe benção, uma nova visão de vida, novos valores e caminhos serenos. Deus é quem nos sustenta, quem nos carrega no colo quando não temos mais forças. Ele nos humilha através das situações desta terra que são tão aflitivas. Ele permite que tenhamos esses sulcos para nos recordarmos das Suas palavras e a guardarmos no coração. O que realmente vale a pena está além da visão. Com amor Pr. Nasser Salmos 119.65,66 O apóstolo João escreveu:
Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 1João 4.9 Se apenas reagirmos às ações de Deus em nossas vidas, já teremos feito muito bem para nós mesmos e para a sociedade. O bem que Deus nos faz é o primórdio do relacionamento. O amor que Deus nos dá, também o é. Assim, o que fazemos é tentar reagir da mesma maneira às expressões carinhosas e santas do Senhor. A sociedade atual odeia a Deus. Isso não é novo, pois a história nos relata os absurdos nessa área. O ódio é tanto, cumprindo o que Paulo, o apóstolo, diz em 2Tes 2.3,4, sobre uma das características do antiCristo: "Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus". (grifos nossos). Se um comediante quer ser engraçado, fala de Deus e de Jesus de modo jocoso. Se uma exposição quer ser conhecida, traz imagens e "artes" com motivos de Cristo. Se algum movimento quer aparecer, fomenta algo religioso ligado à cruz ou aos evangelhos. Enfim, a estratégia do diabo é a mesma: "Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo". Is 14.13,14. Ou seja, ao invés dos seres humanos seguirem a reação natural ao chamado amoroso de Deus, unem-se ao inimigo e reagem com ódio à cruz. Bem, o apóstolo Paulo já havia nos avisado: "Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória, segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas". Fil 3.17-21 Os inimigos da cruz vociferam, reagem de modo violento contra os seguidores de Jesus Cristo, e ainda acreditam, piamente, que vivem a melhor de todas as verdades, mas o destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia..., O salmista no Salmo 119 diz: Tens feito bem ao teu servo, SENHOR, segundo a tua palavra. Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos, e claramente declara em alto e bom som: Deus me tem feito o bem, eu quero viver os seus mandamentos, conhecê-lo mais, viver para Ele. Assim vivem os que há muito deixaram de reagir negativamente ao amor de Deus e a Ele se entregaram de todo o coração. De soldados do inimigo, se converteram em discípulos de Cristo. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:64 A palavra bondade, aqui nesse verso, é raiz da palavra Betesda, que descreve, no Novo Testamento, a cura de um paralítico (João 5). Betesda significa "casa de misericórdia" ou "bondade". Mas a mesma palavra no Hebraico, também significa "vergonha", "reprovação", "pena". Vê-se que a Casa da Bondade também é a Casa da Vergonha, para onde os doentes eram levados, reprovados pela sociedade. Ali houve graça, bondade e misericórdia.
Diz o salmista que a terra está cheia da Bondade de Deus. Se usarmos a mesma linha de raciocínio poderemos nos referir às palavras de Paulo aos Romanos: "...mas onde abundou o pecado, superabundou a graça" (5.20), que traz essa mesma oposição de significados. Onde há muito pecado, vergonha e desgraça, há uma certeza: Deus age com bondade, misericórdia, e graça. Esse paradoxo é real em nossa vida, sempre. A terra está cheia de tristeza e desgraça, de angústia e dor. A essa mesma Terra, veio o Senhor Jesus trazendo a Sua bondade e graça, transformando a desesperança, em esperança e fé. Diante de tanta dor existente em nosso mundo, há sempre uma mensagem que prevalece: Deus enviou o Seu Filho ao mundo para que o mundo fosse salvo por Ele. Trabalhamos tanto para termos um "lugar ao Sol", mas Deus trabalhou demais, através de Seu Filho, para vivermos eternamente. Não mais um espaço na terra, mas uma nova terra, inteiramente resgatada e renovada pelo Seu poder e Presença. Por isso o salmista pede: ensina-me os teus decretos. Para podermos viver nesse paradoxo entre o temporário e o eterno, entre o sofrimento e a cura, temos que renovar a nossa mente através do estudo sistemático e devocional das Escrituras Sagradas. Somente quando nos convertemos a um novo modo de pensar, entendemos que a bondade de Deus nos ajuda a viver nesse vale de dores, e que a graça do Senhor Jesus é quem nos liberta do tanque dos desvalidos. A graça de Cristo é plena e verdadeira, real e edificante. Em Cristo podemos viver nesse mundo com o coração no céu esperando nosso resgate eterno e pleno, no dia que Ele quiser. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:63 Eclesiastes 4.9,10
Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não haverá quem o levante. O verso 63 do Salmo 119 nos apresenta uma verdade muito importante: amizade verdadeira tem sua base sólida em princípios eternos. Chamamos de amigos aqueles a quem conhecemos, com quem trabalhamos, com quem saímos em programações. Mas será que realmente eles são amigos? A amizade verdadeira precisa de um elo de ligação entre as pessoas, e esse elo é o temor do Senhor. As amizades ligadas apenas por interesses pessoais ou trabalho ou mesmo afinidade, têm um limite de ação e, muitas vezes, são trituradoras de vida e santidade. Veja, por exemplo, os amigos que saem para beber, ou aqueles que estão juntos apenas quando há interesse financeiro. O salmista, entretanto, introduz um novo conceito: amizade com aqueles que temem a Deus. O Senhor Jesus Cristo chamou seus discípulos de amigos: "Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer". Jo 15.13-15. O que caracterizava a amizade de Jesus com os discípulos? a. Amor verdadeiro e sacrificial. b. Obediência ao Senhor c. Comunicação aberta e franca sobre Deus e a Sua palavra. Veja que essas características só subsistem no ambiente do temor do Senhor. Sem isso, não há amizade. Há companheiros/conhecidos que se unem por afinidades. Não é o que define o salmista. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:62 Imagine uma pessoa em pé, com os braços levantados, movimentando-os para a frente e para trás. Esse movimento, hoje, identifica alguém que quer honrar alguém ou mesmo adorar. Pois a palavra, aqui traduzida por dar graças, é a palavra yadah (Hebraico) e que, pictograficamente no Hebraico antigo, traz uma mão, uma porta de tenda e um homem em pé com os braços levantados. Juntando tudo temos o significado de adoração, ou confissão ou ações de graças. A mão representa as muitas atividades, a porta o movimento de vai e vem, ou de entrar e sair, e o homem com os braços levantados mostra um adorador.
O salmista expressa-se, diante de Deus, como alguém que se entrega totalmente a Ele, que adora, que agradece, que O louva, que se encurva diante da Sua presença santa. Chatsowth é a palavra Hebraica aqui traduzida por meia-noite. Literalmente significa "metade". O dia é dividido em duas partes e a "meia-noite" é de determina a metade, o meio. Uma interpretação seria a de que alguém escolhe um momento ímpar, que geralmente já está na cama, para adorar a Deus, para dedicar-se a Deus, como que dizendo: exatamente no momento em que um dia é separado pela meia-noite, eu me levanto para adorar a Deus. É como subir uma colina e descobrir que o pico não é o final, mas a metade. Descer exige tanto cuidado quanto a subida e representa uma conquista que aconteceu e ainda não. O que gera isso no coração deste adorador? É a certeza de que Deus tem os Seus retos juízos à disposição de Seu povo. Nada é mais sagrado do que Deus e a Sua palavra. Nele encontramos a vida, e em Suas palavras o caminho a ser trilhado. O salmista é muito agradecido por isso e seu sentimento de reverência vêem desta verdade. Que forma mais sublime de expressar dedicação: levantar-se a meia-noite, declarar seu amor pelo Senhor e por Sua palavra, e entregar-se totalmente a uma vida de ação de graças. Quem agradece não tem tempo para reclamar. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:61 Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas. (Prov 1.10)
A fórmula utilizada pelo mal é sempre a mesma: atrair para destruir. As tentações têm a finalidade de matar os que a ela cedem, e isso acontece em todas as áreas da existência humana. No salmo 119.61, a atração para o pecado tem a força de cordas que enleiam, ou melhor, envolvem para prender. É um engano sempre perigoso. Somos levados à tentação diariamente, porque a nossa natureza pecaminosa é atraída para a transgressão. O Salmista diz que, diante deste quadro de batalha na mente e no corpo, ele não se esquece da lei de Deus. Por que ele relaciona o lembrar da lei de Deus com o ataque dos perversos? Em 2015, cientistas da Universidade de Lund, Suécia, publicaram estudos sobre o porquê do cérebro esquecer. "Nosso cérebro não apenas contém mecanismos de aprendizagem como também mecanismos de esquecimento, que apagam aprendizagem "desnecessária". A pesquisa descreveu um desses mecanismos no nível celular. Estas descobertas, as quais sugerem que o cérebro purga pensamentos que não precisa guardar". A razão toda está na economia de energia que o cérebro faz. Se o cérebro age assim para economizar energia, então é porque o que ele esquece, já não é mais importante. A informação fica lá, mas nós não nos lembramos mais dela. Mas se a informação esquecida não é importante, é porque não é utilizada, não é mais necessária para o dia a dia. O salmista não se esquece da Palavra de Deus porque ele a utiliza sempre, a busca sempre, aprende sempre, cresce a cada dia. Deus, em Sua Onisciência, revelou ao salmista que o que não usamos, fica para traz, escondido no cérebro. Mas o que usamos permanece super ativo em nós. Demoramos 3000 anos para saber disso. Os ataques dos perversos, muitas vezes feitos no nível dos pensamentos, tem uma defesa necessária e importante: a Palavra de Deus. Quando buscamos a compreensão do que Deus disse, do que Ele revelou para o nosso bem, nos desligamos dos ataques e nos firmamos na Sua sabedoria. Ao não darmos atenção para a tentação, nosso cérebro, para ter mais energia para Deus e para a Sua revelação, se esquecerá da perversidade e maldade que nos foi lançada. Com amor Pr. Nasser (https://www.sciencedaily.com/releases/2015/10/151027082317.htm) Salmos 119.59,60 As discussões sobre os problemas que temos na sociedade têm ofuscado uma pergunta subjacente: como resolver isso?
Por exemplo, fala-se de corrupção pequena ou grande, e constata-se que a falta de ética se inicia desde cedo, numa sociedade que premia os deveres. Mas a pergunta que está escondida ainda não é respondida: como resolver isso? Fala-se em melhor educação, melhor ética, buscam-se exemplos de outros países etc. No entanto parece que ninguém quer admitir que todo problema estrutural só é resolvido na medida em que os indivíduos tomam decisões éticas permanentes. Ou seja, sem decisão de se resolver, sobram discussões inócuas. O salmista nesses dois versos diz: Considero os meus caminhos e volto os meus passos para os teus testemunhos. Apresso-me, não me detenho em guardar os teus mandamentos. Ele declara que uma vez que seus caminhos são examinados, só lhe resta decidir pelo melhor (testemunhos e mandamentos de Deus). Ele se vê como uma pessoa de ação e não apenas de reflexão. O agir, aqui descrito, tem a ver com um caminho já definido por Deus- testemunhos e mandamentos - e não com decisões por tentativa e erro. Voltar-se para Deus é o caminho seguro, certo, revelado pelo Senhor e que trará benefícios eternos para quem o seguir. Agora, veja que interessante a figura aqui utilizada: ... volto os meus passos para os teus testemunhos. Ele fala em passos num caminho. É como se dissesse: eu examino a minha vida e decido seguir o que Deus diz. Vou por "a mão na massa". Ele decide e age. Coloca pé ante pé e vai, sem se importar com o que dizem ao seu redor. Chega de examinar e refletir, falar e falar. Faça alguma coisa com a sua vida. Tome a decisão de andar na Palavra de Deus, de viver o que Ele revelou para a humanidade. Chega de reclamar dos outros; seja um agente de transformação. Dizer que não adianta nada, porque "uma andorinha só não faz verão" (a visão de que sozinho nada se consegue), é um erro. Sim, uma pessoa mudando sistematicamente, influenciará o seu meio e gerará uma cadeia de transformações. O tempo não importa, porque temos que pensar "generacionamente" e não apenas em nós e no agora. Os nossos filhos e netos colherão nossas atitudes porque pagaremos o preço pela ética cristã sistematicamente vivida. Com amor Pr. Nasser Salmos 119:58 Os Salmos são orações, são declarações de fé e lamentos contra a injustiça e o erro. Fica claro neste grande livro o aspecto devocional, ou seja, a linguagem do coração do homem para o coração de Deus.
A palavra aqui traduzida por coração é LEB, do Hebraico. No mais antigo, ou quando ainda eram pictografias, as duas letras são um cajado e uma tenda. O cajado representa autoridade e a tenda o que é interior. "Autoridade Interior", seria uma tradução muito literal. Na verdade o coração, além de ser o órgão que conhecemos, é o centro das emoções, dos pensamentos e da vontade. O coração é o ser interior. O salmista apresenta uma súplica, ele implora a Deus que lhe dê a Sua graça. Por um lado, graça é gratuita, por que implora-la? Por outro lado, o coração do ser humano é voltado para longe de Deus, para outra direção que não a da busca pela misericórdia. É preciso levar a Deus, o próprio coração, em submissão e fé. Implorar é buscar a face de Deus. Se Deus olha para nós, sabemos que Ele exercerá a sua bondade e misericórdia. Suplicar de coração é pedir que o Senhor nos dê condições de estarmos diante dEle, em total dependência. A base do pedido está na revelação divina, ou seja, as orações devem se fundamentar no que Deus estabeleceu e prometeu. A graça de Deus é a razão de existirmos e nos movermos, e foi estabelecida pelo próprio Deus. A compaixão tem a sua raiz na prática antiga de se armar as tendas juntas, formando como se fora uma parede de proteção. A compaixão acontece no ambiente do lar, do amor da família. O Senhor disse que exerce a Sua compaixão como um ato que parte de Sua própria existência. Deus é compassivo e por isso exerce a compaixão. Assim como um pai que protege os seus filhos, que exerce a bondade extrema segundo a necessidade. A comida que se providencia, o lugar para se dormir, a proteção durante a noite... tudo isso acontece no ambiente da família. Deus é um Pai amoroso para os que nele confiam. Ore como o salmista: Salmos 119:58 (RV 1960) "A Tua presença supliquei de todo o coração: tem misericórdia de mim segundo a tua palavra". Com amor Pr. Nasser Peço licença aos meus leitores das meditações no Salmo 119 e quero apenas refletir sobre meu aniversário, enquanto escrevo.
Dizem que um homem deve plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho... acho que é isso que li, algum dia em algum lugar. Mas Um homem deve ser muito mais do que isso. Hoje completo 59 anos de idade e estou chegando perto de ter a minha plaquinha de idoso para colocar no carro... Interessante e muito desafiador esse tempo. Hoje, ao invés de olhar para trás, fazendo uma retrospectiva de vida (fiz isso quando completei 53 anos de idade: http://www.prnasser.com/blog/desafiado-encorajado-sustentado-agradecido), quero olhar para a frente. Tenho um ano a menos de vida agora, segundo Jó 14:5 "Visto que os seus dias estão contados, contigo está o número dos seus meses; tu ao homem puseste limites além dos quais não passará". Não passarei dos limites estabelecidos pelo Senhor. E, antes que alguém pense que estou triste, quero dizer que esse texto, na verdade, me motiva, e muito! Saber que estou completando um ano a mais e tenho, por isso, um ano a menos para viver, é pensar positivamente sobre os muitos desafios. Os anos que terei, e se os terei - não compete a mim saber e, na verdade, nem gostaria de saber- serão dias, meses e anos que estão sob o manto do Todo Poderoso, para quem minha vida está dedicada há quase 41 anos. Para falar de meus anos de vida, preciso me reportar aos meus pais. Sr. Dibo Nasser e Meire Haddad Nasser. Que casal lindo, respeitador. Sempre me lembro de como conversavam, se falavam com carinho e viviam para nos abençoar. Papai está hoje com Jesus . Mamãe é uma mulher lutadora. Venceu as dificuldades da vida, desde sua infância e até hoje em seus dias de enfrentamento da idade, continua a vencer etapas, um dia de cada vez. Suas palavras sempre me foram encorajadoras. O seu amor por todos nós é imenso, e a sua vontade de viver é um testemunho de sua fé no Pai Celestial. Minha mãe querida, sua vida me deu legados importantíssimos, que trago no coração, diariamente. Medito sobre o meu futuro, que já é menor do que o meu passado, mas que se me apresenta belo, esplendoroso, majestoso. Paulo, o apóstolo disse em Romans 14:8 "Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor". Então viver ou morrer é, e sempre será, majestoso. Mas vamos falar do que está diante de mim, após 59 anos de vida biológica e 41 de vida espiritual. Bem, eu ainda não pensei nisso, mas decidi fazê-lo agora... - Diante de mim estão oportunidades que jamais pensei pudessem existir. Nesses anos de vida fui preparado por Deus para o que está diante de mim. E agora preciso abraçar as oportunidades que Deus me dará. Agradeço a Ele por ter me concedido olhos que estão, quase sempre, abertos para elas; - Diante de mim se apresentam transições incríveis. De ser um pastor mais experiente para abençoar a outros pastores mais novos. De ser apenas um pai, para me tornar sogro e futuro avô. De um cidadão Brasileiro (com sangue Libanês) para um cidadão do mundo. De um pregador que começou a ministrar a Palavra de Deus, timidamente, pela primeira vez numa igreja de Japoneses na cidade de São Paulo (e fui traduzido para a língua Japonesa), para um pregador que continua vendo as nações como alvo ministerial, hoje servindo como pastor de Ministérios Internacionais no Canadá. De um jovem dedicado e sem experiência ministerial, para um pastor mais crescido, que tem um pouco mais de experiência para compartilhar; - Diante de mim está a Bíblia. Sempre ela. Jamais quero me permitir deixar as Escrituras Sagradas, sob qualquer hipótese. Nela encontro as Palavras do meu Deus que me falam à vida e me trazem a sabedoria para que eu continue vivendo e ensinando; - Diante de mim está o Senhor Jesus. Ele estava lá no dia 1º de Agosto de 1958 e está hoje aqui enquanto escrevo essas palavras. O Senhor Jesus, meu Salvador e Senhor, me deu família, me deu graça para reconhecê-lo, me chamou a servi-lo e continua a me ensinar. Sinto-me como uma criança quando falo com Ele, quando abro meu coração. Suas Palavras me iluminam o caminho em todas as áreas da existência, e me ajudam a pensar nas coisas do céu e não nas que são aqui da Terra; - Diante de mim estão dias mais complicados da Humanidade. Creio estarmos entrando no princípio das dores, do qual se referiu Jesus em Mateus 25. Vejo que os dias serão mais difíceis para quem quer andar na verdade de Cristo, e quer seguir obediente à Bíblia. Não há mais verdade absoluta, tudo é questionado, tudo é desconstruído. As famílias se perderam, as escolas não sabem como harmonizar os desafios do futuro com o relativismo integrado em todas as áreas da vida. São dias que trarão dores para quem quiser permanecer em Cristo; - Diante de mim estão os desafios da idade. Não me considero um idoso do ponto de vista da energia e saúde, mas estou chegando às portas de uma realidade que, quando jovem, não sonhara. Espero que o Senhor me dê a graça para enfrentar o desconhecido e me permita viver de fé em fé e de glória em glória, segundo a Sua vontade; - Diante de mim se apresentam mais perdas do que pudera pensar em minha juventude. Perdi meu pai e meu sogro (na ordem inversa), perdi amigos da minha idade e outros ainda mais novos. Perdi funções que exerci no passado e fui esquecido por isso. Perdi "ovelhas" queridas, gente que um dia andou de braços dados comigo e que hoje corre para longe da fonte das águas vivas, Jesus. Perdi o respeito por gente que achava que era amiga. Perdi amigos que pensei me respeitavam. Mas não me perdi. Sei quem sou, ando com a mesma simplicidade que um dia me foi ensinada por Jesus, fugindo dos holofotes e me aproximando da intimidade com o Senhor. É tudo o que quero; - Diante de mim se avolumam os desafios sobre o legado. Quando leio as notícias sobre aqueles que morreram, toda a sua existência se resume a um artigo (quando muito) ou a uma nota na imprensa, e o dia seguinte tudo continua o mesmo na história. Quero deixar um legado segundo a fé que me foi dada pelo Senhor. Em primeiro lugar para meus filhos, queridos e abençoados, fruto de promessas de Deus para a Vera e eu. Legado de fidelidade a Deus, de caminho da paz, de serviço cristão saudável, de ética em tudo e acima de tudo, que nos tem sido ensinada pelo Senhor. Pela fé vejo meus filhos andando na luz, em pureza de coração, em perdão e reconciliação, em serviço a Cristo, de todo o coração. Quero deixar um legado a todos os que um dia me conheceram. Por isso ainda planejo escrever mais, deixar mais livros, pregar mais, gravar mais... Não devemos passar por essa vida e sermos enterrados com o que aprendemos. Devemos compartilhar, discipular, mentoriar, servir e servir; - Diante de mim estão dias lindos, fantásticos. Dias de mudanças, de avivamento, de sonhos e mais sonhos. Eu sonhei muito nesta vida e concretizei vários sonhos que Deus me deu. Se fiz algo foi por convicção de que o Senhor queria que eu realizasse. Estão por aí os legados, mas a glória é, e sempre será de Deus. Mas quero sonhar mais. Sonhos maiores e melhores. Sonhos que nascem do relacionamento com Deus, da intimidade com o Todo Poderoso. Sonho com sonhos, e que o Senhor me ajude a implementa-los; - Diante de mim estão dias, meses e anos de vida conjugal saudável, respeitosa, carinhosa, amiga, de comunicação aberta e sem ofensas. Minha querida esposa, companheira de quase 36 anos de relacionamento puro e amoroso, sem mácula ou rugas. Minha Verinha é meu maior sonho, sempre. Fazê-la feliz é o meu projeto diário e sistemático. Vê-la sorrindo é o maior prazer que tenho, depois de minha vida espiritual e realização ministerial. Tudo o que quero é que os anos que teremos pela frente sejam anos de compartilhar o que plantamos intencionalmente em nosso relacionamento de amor e fé. Quero vê-la continuar a brilhar por Jesus em todo o tempo, como um farol a mostrar o caminho aos navegantes. Minha Vera é meu tesouro terreno que mais me dá prazer de cuidar. Por ela e com ela tivemos dois filhos maravilhosos, moedas de valor inestimável. Com ela vivo hoje um tempo diferente, um amor maduro, sincero e seguro, confiante e firme. Minha Vera é minha alegria terrena, o brilho em meus olhos e o ânimo para seguir em frente. Minha Vera, o seu valor excede as jóias e riquezas deste mundo, e promove o brilho da honestidade e verdade que habitam em você. Sou seu fã. Os anos que terei pela frente serão anos de vitória. Não tenho dúvidas disso porque o meu Deus é o Deus que vence sempre. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo... Meu tesouro maior, meu Senhor Deus, Pai, Filho e Espírito Santo. Deus acima de tudo e de todos, Criador, Sustentador, Salvador e Resgatador, virá novamente para buscar os seus e eu estou na fila... Obrigado meu Deus por mais um ano de vida e por todos os sonhos que virão. 1 Timóteo 1:17 Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém! Antonio Carlos Nasser New Westminster, British Columbia, Canada, em 31 de Julho de 2017, a noitinha esperando o relógio ultrapassar a meia noite... Salmos 119:57 Sempre me impressionaram as palavras de Deus a Arão: "Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel". O contexto é sobre os direitos dos sacerdotes.
O que me encanta é que há um caminho oposto da parte de Deus para Arão, aos interesses humanos. O que a humanidade quer? Não é ter o seu lugar, um terreno, uma casa, um espaço para a família? Mas Deus, aqui, deixa claro que Arão e os sacerdotes, não teriam nada disso. O salmista empresta as mesmas palavras para si e declara que o que tem de mais precioso é o Senhor mesmo. O resultado de sua fé é a obediência. Pensamos, quase sempre, que isso acontece ao contrário, não é mesmo? De que se obedecermos a Deus, teremos a Ele como herança. Mas a vida com Deus inicia-se em Deus, e não em nós mesmo e em nossos interesses. Pela graça somos salvos, por meio da fé, e isso não vem de nós, é dom de Deus; não vem de obras para que ninguém se glorie, disse o apóstolo Paulo (Ef 2.8,9). A graça de Deus alcança o pecador, que, então, responde com sua submissão e obediência. Sem a certeza de que Deus é a nossa porção, a nossa herança, não há sentido para a obediência. Obedecer sem fé é fardo e tristeza. Mas obedecer pela fé é um privilégio que vem recheado de esperança. O relacionamento com Deus é obra de Deus. A fé, é dom de Deus. O amor a Deus, vem de Deus porque Ele é amor. Não se pode escapar desta verdade. Como Paulo diz aos Romanos: "Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia". Rom 9.16 A vida espiritual não é uma escolha humana, sob a direção humana e em condições humanas, mas é uma expressão reativa à graça de Deus que nos alcança, nos chama à vida, nos aponta à verdadeira realidade. Só Deus pode fazer com que alguém viva para Ele com integridade e fé. Para muita gente hoje, crer em Deus é uma expressão maravilhosa e a base de toda a religiosidade. Mas ouçamos a Tiago: "Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem". 2.19 Ora, se até os demônios crêem e estremecem, não é a crença em Deus, ou de que Deus é um só, que nos faz cristãos, mas sim o nascer de novo. E isso é obra de Deus. A Nicodemos, o Senhor Jesus deixou claro: "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito". Jo 3.5,6 Não é obra humana viver em paz com Deus, mas obra da justificação promovida por Jesus Cristo na cruz: Romanos 5:1 "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo"; O assunto é longo, mas o privilégio de se aprender isso é para os que tem ouvidos para ouvir. Com amor Pr. Nasser Salmo 119.55,56 Homeostasia é o conjunto de fenômenos de auto-regulação que levam à preservação da constância quanto às propriedades e à composição do meio interno de um organismo. O conceito foi criado pelo fisiologista norte-americano Walter Bradford Cannon (1871-1945).
Para quem não é da área biológica entender a homeostase pode ser difícil. Mas "trocando em miúdos", pensemos no corpo humano. Como ele se regula independentemente dos meios externos. Por exemplo se temos uma ferida, logo o sangue coagula para manter a constância interna de todo o ambiente. Os órgãos excretores mantém a saúde do corpo, e assim por diante. Hoje utiliza-se a palavra homeostasia para outras áreas também. Quero aqui utilizar para a Teologia. O Salmista diz: "Lembro-me, SENHOR, do teu nome, durante a noite, e observo a tua lei. Tem-se dado assim comigo, porque guardo os teus preceitos". O que se passam nestas palavras tem a ver com o conceito de homeostase, e explico. O fato dele guardar os preceitos de Deus acaba por retroalimentar sua fé e vida espiritual, de tal maneira que o ambiente externo não irá afetar a sua condição de equilíbrio interno. Muita gente sofre porque é bombardeada por informações do meio externo, que geram um desequilíbrio interior importante. Para o salmista, ter a Palavra de Deus em seu coração, é motivo de um bom sono e saúde. Penso em toda a loucura de jovens que querem se parecer com uma celebridade, de famílias que se inferiorizam diante daqueles que se expõem em viagens e compras milionárias; de homens e mulheres que perderam a doçura de sua realidade de gênero por conta das distorções existentes na sociedade. É preciso uma homeostase espiritual, uma base interior segura que nos mantém saudáveis mesmo diante dos descaminhos que hoje acontecem. Podemos aplicar esse conceito a muitas outras verdades Bíblicas. Que Deus nos dê entendimento. Com amor Pr. Nasser Salmos 119.54 Em que se baseiam nossos cânticos?
Cânticos são muito importantes para o crescimento espiritual do seguidor de Jesus. Não são apenas músicas bonitas, ritmos ou harmonias. São expressões de fé. E por falar em expressões de fé, como andam as músicas chamadas cristãs, ou gospel, ou evangélicas, ou.... Não importa o nome; importa o conteúdo. O salmista diz que seus cânticos são baseados nos decretos de Deus. No Hebraico, a palavra "decretos" transliterada, é "choq". São apenas 2 letras e no Hebraico Antigo são dois símbolos pictográficos. Um representa uma parede e outro o sol no horizonte. Nos significados temos separação e união. A idéia da palavra é que os ESTATUTOS, as REGRAS, os DECRETOS, unem as pessoas que estavam separadas. E na verdade os decretos de Deus unem-nos a Deus e aos seres humanos, porque são palavras do Senhor para o nosso bem. Os cânticos do salmista estão baseados em Deus e em Sua palavra, trazendo "reconciliação com o Senhor" e "reconciliação com os seres humanos". São cânticos embasados em fé, em doutrina, em sabedoria, em conhecimento espiritual. Em que se baseiam os cânticos que temos cantado? Quais são os valores que nossas músicas cristãs trazem ao nosso coração? Que declarações fazemos ao povo? Muito para pensar Com amor Pr. Nasser Salmos 119:53 Alguém disse que perdemos a capacidade de indignação. Tantas loucuras acontecem em nosso mundo e já as assistimos sem qualquer sentimento. As guerras diante de nossos olhos, execuções nas ruas da cidade, assaltos e violência, corrupção ativa e passiva, e ouvimos e vemos como se estivéssemos assistindo a previsão do tempo.
O salmista tem um sentimento de horror, de indignação, de tristeza e isso porque ele viu pessoas deixando a Torah, a Lei de Deus. Ele não cita aqui nenhum dos crimes que citei acima, apenas que os pecadores de deixaram a Lei, são a causa de sua indignação. O que aconteceu conosco? Por que a sensibilidade deu lugar à frieza de emoções e de ações? Em minha opinião, além de muitos outros fatores, um que por anos tem ocupado a minha mente é a relativização filosófica. Tudo passou a ser relativo; não há verdade absoluta nem justiça ou equidade. Tudo tem se transformado em uma individualização de interpretações que têm destruído nosso povo. A Lei de Deus é absoluta. Se diz que algo é errado, é errado e pronto. Mas aqueles que relativizam questionam o porquê ser errado, e acrescentam: "eu não penso assim". Dizem isso porque o relativismo dá lugar a verdades individuais. O que é verdade para mim pode não ser para você. E a isso chamamos de tolerância, respeito e equilíbrio. Então se alguém atira em seu filho você diz o que? Que o bandido tem a sua verdade e que é a verdade dele que o fez atirar? Pode ser ridícula essa minha afirmação mas é assim que a sociedade reage. O estabelecido por Deus não deve ser questionado. Talvez alguém leia essa frase e diga: Por que não? Por que devo seguir um texto que nem sei quem escreveu? Já ouviu alguém falar assim? Pois bem, o salmista está indignado porque pessoas ao seu redor abandonaram a Lei de Deus. E nós já não temos sentimentos ou indignação por absolutamente nada. Tornamo-nos uma sociedade fria, desprovida de argumentos, levada por momentos bons ou ruins que nos movem por alguns instantes apenas. Depois que passa a empolgação, pensamos apenas em nós mesmos e tocamos a vida. Afinal, essa é a minha verdade. Que coisa mais ridícula. Se obedecessemos a Deus viveríamos uma vida comunitária muito mais justa e séria, provida de misericórdia e amor. Viveríamos no respeito ao próximo mas sem permitir que os erros fossem interpretações pessoais. Teríamos uma justiça mais rápida e certeira, uma polícia mais respeitada e justa, uma população mais sensível aos seus direitos e deveres. Hoje ninguém respeita ninguém; as autoridades não se fazem respeitar porque são desprovidas de ética; a população não age com respeito às leis porque aceita apenas aquilo que melhor lhe convém, e assim cada um vive como quer. A isso damos o nome de caos! Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós. Pr. Nasser Salmos 119.51,52 Eu diria que uma das maneiras de ver a humanidade é distinguir entre os que obedecem às leis de Deus e os que não as obedecem. Não é simplista como parece e nem é preconceituosa. Explico.
Os que não obedecem a Deus, através de Sua Palavra, analisam a história sob os vários aspectos da ciência e do comportamento humano. É interessante e importante essa prática, mas é destituída de um ingrediente essencial: entender que os seres humanos estão "longe de Deus". O apóstolo Paulo diz em Romanos 3.23: "pois todos pecaram e carecem da glória de Deus". É como dizer que estão tão distantes dos padrões de vida estabelecidos por Deus que estão separados, distantes da possibilidade de viverem uma vida plena. Essa verdade é universal e pode ser atestada diariamente. A facilidade com que o mundo polariza opiniões e se entrega a declarações politicamente corretas, mas destituídas de verdade, é impressionante. Nunca pensei que presenciaria discussões sobre se um menino ou menina ao nascerem devem ou não ser considerados meninos ou meninas. Ou seja, é um ser neutro que deve aguardar a decisão futura sobre se será um homem ou uma mulher. Essa discussão é tão irracional que até a ciência foi posta de lado. Os humanistas que se apoiavam na ciência, acabam por declarar que nem isso vale mais. O que vale são os sentimentos, as paixões, os desejos. Ou seja, passamos a ser uma sociedade hedonista em seu mais alto grau. Daí o salmista dizer "Os soberbos zombam continuamente de mim; todavia, não me afasto da tua lei. Lembro-me dos teus juízos de outrora e me conforto, ó SENHOR". Um soberbo é alguém que se acha acima dos outros. É alguém que despreza qualquer declaração absoluta da verdade, porque questiona o que é a verdade. Despreza a história, os princípios elementares da vida, os valores que foram aceitos por milênios e se posta de "pioneiro da nova realidade". São destituídos do bem senso, da humildade, da sinceridade e desprezam a honestidade intelectual. Querem passar pela história como reformadores, mas estão apenas matando o que é tão caro para todos. O salmista diz que não se afasta da lei de Deus e pronto! Não importa o que dizem, quero, eu também, ficar firme na Palavra de Deus, porque ela traz o conforto necessário para a vida, a sabedoria inexistente na Terra, os valores que protegem a vida, o descobrimento da vida espiritual e muito mais. Portanto, quem se afasta de Deus e de Sua Palavra, pode, a qualquer tempo, entrar para o coral daqueles que pretendem saber tudo, mas nada sabem. São tão vazios que uma simples brisa os faz mudar de idéia. "...são, porém, como a palha que o vento dispersa". Sl 1.4 Com amor Pr. Nasser Salmo 119.49,50 Para o homem nômade, pertencente ao período do Antigo Testamento, um cuidado importante que tinha, e que preservava a sua vida, era com o Sol. Estando o sol muito forte, ele queima, gerando inconveniente a todos. Esperar pelo momento certo para plantar ou cuidar dos animais era por demais importante, assim como o é hoje.
O Sol não é um problema, assim como a sua força e calor. O problema é não atentar para o fato de que ele pode gerar bastante incômodo, e até, em doses altas de calor, matar. O salmista diz que espera na palavra do Senhor. A palavra esperar, aqui, tem uma ligação com a prática de aguardar que a força do Sol diminua para que o homem/mulher do deserto façam suas obrigações. A ligação deste fato com o texto pode ser vista no verso 50: "O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica". A "angústia" é criada pelo trabalho duro sob o sol, pela vida atarefada, pela opressão. Os dois versos nos dão uma pista interessante sobre a preservação da vida (a tua palavra me vivifica): 1. Diante das dificuldades na vida, esperar o melhor momento para agir ou reagir, é sábio; 2. A Palavra de Deus preserva a vida dos que nela creem, porque têm a sabedoria necessária para nos direcionar nas decisões. 3. Proteger-se do que causa a angústia é uma atitude de preservação da vida. O salmista sabia que as angústias advindas do muito trabalho, ou do cansaço sob o Sol escaldante, ou sob a constante pressão para proteger os seus animais, ou mesmo, a preocupação com a plantação, poderiam destruir a vida. Assim também como hoje a depressão e angústias podem acabar com a esperança. Naquele tempo, assim como em muitos lugares, hoje, o pastor de ovelhas levantava uma proteção do Sol para si, que consistia em quatro pilares e uma cobertura. Ficar sob a sombra protege e dá ânimo. Esperar na Palavra de Deus não é "nada fazer". Esperar é agir com sabedoria, no melhor momento, sob a direção clara do Deus Todo Poderoso que nos dá a Sua Palavra. Que seja assim, sempre Com amor Pr. Nasser Salmos 119.47,48 O que significa dizer: eu amo os teus mandamentos?
Há aqui muito significado envolvido. Não quero extrapolar o sentido que o salmista dá às palavras nestes versos, mas busco ampliar a nossa visão sobre elas. Por duas vezes o salmista declara que ama os mandamentos do Senhor. A palavra Hebraica, aqui utilizada, tem um sentido interessante quando olhamos para a pictografia do Hebraico Antigo. A raiz desta palavra "amor", "ahab" traz dois símbolos: um homem com os braços levantados e uma tenda. Combinados os dois símbolos temos: olhar em direção à casa, ou "prover para a família". Parece lugar comum dizer que amar é mais do que sentimentos, mas pura ação. E na verdade o texto nos leva a essa visão: eu amo os mandamentos do Senhor; eu cuido para que o que Deus disse fique intacto dentro de mim, ou seja, sem alterações. Olho para o que Deus diz e respeito, honro, considero, ajo em função de Suas Palavras, entrego-me à elas, levanto as minhas mãos e olho para os Seus testemunhos como quem deseja preservar cada parte, cada significado. O salmista utiliza ainda duas palavras-chave aqui: prazer e meditação. O prazer é decorrente dos significados das Escrituras dentro de nós, que nos trazem sentido à vida, e a meditação é uma retroalimentação do espírito. Olhamos para o que Deus nos ensinou na Bíblia, cuidamos em obedecer, e, ao experimentarmos a Sua verdade sobre nós, nos alegramos, temos prazer. E então voltamos e meditamos em Seus mandamentos e retornamos ao ciclo de vida que segue uma direção parecida com essa: - De Deus para nós: A Sua Palavra - De nós para Deus: Honra e respeito, amor e dedicação - De nós para nós: cuidado em obedecer, atenção à vontade de Deus - De nós para Deus: amor e meditação; busca incessante da Verdade para viver. E assim vamos de fé em fé, porque o justo viverá pela fé. Com amor Pr. Nasser |
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Outubro 2018
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